Está em estudo no Ministério da Fazenda a criação de um imposto de 1% sobre a manufatura e comercialização de livros para criar o Fundo Pró-Leitura, uma reserva monetária que incentivaria a população brasileira a criar o hábito da leitura e da compra de livros. Este fundo seria gerido por um comitê do Ministério da Cultura que tomaria ações para que a população passasse a ler mais.
Resumindo, um imposto sobre o livro que hoje em dia já é caro, e que vai ficar ainda mais caro, tornando-se mais inacessível, para incentivar pessoas a comprar (e ler) os mesmos livros que elas não compram hoje, por causa do preço. Soa estranho, não?
Qualquer pessoa que passe por uma faculdade no Brasil sabe o quanto é difícil conseguir material de pesquisa. As bibliotecas nem sempre estão atualizadas, os preços dos livros técnicos são altos, e ainda tem-se que conviver com a possibilidade de que aquela xérox que todas as faculdades tem, pode ser fechada a qualquer momento por estar pirateando produção intelectual.
Quando o assunto é leitura por prazer, qual é a biblioteca que tem os últimos livros que saíram? Quantos exemplares? Ela é próxima da sua casa, tornando-se acessível para que todos da comunidade possam usufruir do seu acervo?
Pois é, e quando você decidir comprar este ou aquele livro, logo estara pagando mais caro, apenas para o governo ter um imposto que provavelmente será como a CPMF, que nunca foi para a saúde. Depois perguntam qual o motivo que leva alguém a piratear livros, cds ou filmes. Acho que essas pessoas nunca ouviram falar sobre a dificuldade de acesso que uma camada da população brasileira tem no acesso à cultura. Mais informações aqui e aqui.